TENDINOPATIA PATELAR (TENDINITE PATELAR)
A Tendinopatia patelar, também conhecida como jumper’s knee, é uma patologia que acomete frequentemente atletas que praticam esportes com salto. Também muito presente em atletas que realizam movimentos repetitivos de chute e corrida como: atletismo, futebol, futsal, levantamento de peso ,entre outros. Mais presente em homens. Corresponde a 15% das lesões de partes moles ortopédicas.
A fisiopatologia não é bem esclarecida. Acredita-se que micro traumas de repetição acarretem um desarranjo no colágeno. Como o tendão apresenta pouca vascularização e reposição de células mortas mais lenta que outros tecidos, a consequência é uma inadequada reparação tecidual com formação de fibrose (zona de tendinose), que é um tecido que possui menor resistência para suportar o estrese mecânico e com maior predisposição a ruptura e lesão.
Histologicamente, encontramos aumento de células e matriz , aumento da desorganização matriz e colágeno, ausência de células inflamatórias, degeneração mucóide, necrose celular, neovascularização.
A dor se caracteriza por ser insidiosa e progressiva. Piora com os exercícios e melhora com o repouso. Nos casos mais resistentes ela pode ser mais intensa e a incapacidade funcional maior .
Blazina fez uma classificação baseada na dor. Roels modificou criando o quarto grau. Grau 1 - dor somente após atividades esportivas. Grau 2 - dor durante e após atividades esportivas, porém apto a realizar sem limitação importante. Grau 3 - dor durante e após atividades esportivas, com limitação e dificuldade de manter satisfatória. Grau 4 - lesão parcial ou total.
O inchaço também pode estar presente, principalmente, após atividades físicas.
O diagnóstico é feito com base na história clínica e exame físico.
RX , Ultrassom e a ressonância magnética podem ser utilizados para auxiliar no diagnóstico e tratamento.
O tratamento com medicamentos e fisioterapia apresenta bons resultados, mesmo em atletas de alto rendimento. Mas, nos casos mais graves e resistentes ao tratamento fisioterápico , a cirurgia pode ser indicada para a resolução do problema.
1) ANATOMIA
Os tendões são compostos de células, tenócitos ( tipo de fibroblasto) e pela matriz extracelular que é composta de fibras de colágeno tipo I, principalmente, e elastina envoltos num gel de proteoglicanos, proteínas e água.
O tendão patelar como por muitos é conhecido , atualmente é denominado no meio científico por ligamento patelar , pois ele liga dois ossos , pólo inferior da patela e a tuberosidade anterior da tíbia.
Ele é uma continuação do tendão quadricipital.
O tendão patelar sofre uma carga aproximadamente de 300 N quando o indivíduo está em posição ortostática. 1000 N quando caminha , 4000 N na corrida lenta. Durante a corrida rápida , salto e musculação com cargas pesadas este valor pode ser de 2 -3 vezes maior que o da corrida lenta.
2) FUNÇÃO
Função atuar na extensão do joelho.
3) SINAIS E SINTOMAS
Dor forte ou moderada na parte anterior (frente) do joelho na palpação.
Inchaço (edema) pode estar associado.
Dor pode piorar após a realização de atividade física ou esforço físico. Muitas vezes a dor melhora após o aquecimento com a atividade e piora após a parada do exercício.
Dor no início é leve e se não for realizado diagnóstico, tratamento e sobrecarga persistir , acarreta piora na intensidade da dor e aumenta incapacidade funcional.
4) DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é realizado pela história clínica e pelo exame físico.
Fatores de risco extrínsecos:
a) Aumento da carga e volume de treinamentos
b) Biomecânica na execução dos movimentos específicos do esporte
c) Calçados inadequados
d) Superfícies duras
e) fumantes
Fatores de risco intrínsecos:
a) Encurtamento de ísquio tibiais
b) Sobrepeso
c) Fraqueza do quadríceps e musculatura da perna
d) Anatomia da patela
5) EXAMES
RX –
Não serve para o diagnóstico, mas com ele podemos avaliar a forma da patela e presença de calcificações no tendão.
USG (Ultrassom)
Exame bom e rápido para confirmar o diagnóstico, mas não é eficiente para o diagnóstico diferencial. Pode ser associado o doppler para análise da neo vascularização
RNM- (Ressonância magnética)
Bom exame para o diagnóstico, pois além da patologia permite a avaliação dos diagnósticos diferenciais.
6) DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Condromalacea patelar
Hoffite
Fratura por stress patela
7) TRATAMENTO
O tratamento conservador através da fisioterapia e medicações tem um excelente resultado. O foco principal é a melhora da dor , fortalecimento, reequilíbrio muscular, melhora da flexibilidade e correção da biomecânica nos casos que necessitam.
Medicações – Analgésicos, anti inflamatório, corticóides,
Fisioterapia- analgesia, terapia manual para tecidos moles, cinesioterapia (correção de desequilíbrios musculares , correção da biomecânica, melhora da flexibilidade e mobilidade articular de quadril e tornozelo), bandagens.
Controle de carga e volume nos treinamentos e tipo de superfície do treinamento.
Avaliação da pisada e calçado.
Avaliação do tamanho dos membros inferiores e desvios na coluna.
Acupuntura
Terapia por Onda de Choque ( TOC)
Infiltração com corticoide no peritendão.
Cirurgia nos casos mais graves e resistentes ao tratamento fisioterápico. Pode ser realizada por via artroscópica ou aberta dependendo do quadro.
Converse com seu médico e verifique o tratamento mais indicado para seu quadro.